quinta-feira, 11 de junho de 2020

Boletim Informativo do GATHO nº 4, janeiro de 1981

Este número do Boletim do GATHO traz na sua capa um desenho em que não consta a assinatura do artista, o qual tem um gato dentro de uma bota e um sapato de salto alto. O mesmo anuncia duas prévias carnavalescas para aquele ano: os bailes "Gatho de Bothas", na Misty, no Recife, no dia 12 de fevereiro e "Gatho e Sapatho", no Vivencial [Diversiones], em Olinda, no dia 20 do mesmo mês; além do sumário do que trata a edição.

A página dois, traz um debate sobre "Doenças Venéreas" (hoje são IST - Infecções Sexualmente Transmissíveis), e como primeiro assunto, trata da Gonorreia. Também faz um lembrete ao leitor: "caso necessite, contate o GATHO, para pegar o endereço do médico".

Havia médicos que iam como convidados para dar palestras, como Hertz Santiago Poggi de Figueiredo, dermatologista; e médicos que frequentavam as reuniões do GATHO, como Saulo Gondim, urologista.

Acho importante citar aqui que naquela época não havia SUS - Sistema Único de Saúde. Havia o INPS - Instituto Nacional de Previdência Social, e depois foi criado o INAMPS - Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social, mas era só para segurados do INPS, ou seja: só para quem contribuía para a Previdência Social.

Mais uma vez, verificam-se anunciantes: além da Misty e da Allegro Cantante, temos também o Café Passacale - Casa de Chá e Bar, que ficava na Avenida Visconde de Suassuna e ainda a Livraria Reler, que era vizinha do lado da loja de discos também anunciante do Boletim, na Rua José de Alencar, ao lado do bar Mustang.

A página três aparece com a coluna Gathianas, com sua notas curtas. Além disso, tem o texto  "Mãos à Obra... E por que não?", em que trata de masturbação.

Já a página quatro nos traz Pintas: dar ou não dar. Eis a questão. Lembro que esse foi um dos debates mais acalorados das nossas reuniões. Havia os que diziam que não era legal dar pintas. Tinha os que defendiam que se devia dar pinta SIM. Também havia os que, como eu, defendiam que que cada um tinha a liberdade de dar, ou não dar (e não só pintas, é claro!). 

(Mas lembrei sim dessas discussões, que foram bastante animadas. Teve outras como a de se devia assumir logo o nome de frango, uma vez que o que rolava entre os mais assanhados (e aí eu me incluía!) era que devíamos assumir, já que esse nome sempre foi usado pra nos oprimir. Vamos usá-lo pra dizer que não nos importávamos com isso. Somos sim, e daí? Quando nos mandavam "tomar no ...", já respondíamos de pronto, mesmo os ateus como eu, "deus te ouça!")

(divaguei...)

Mas a página quatro também mostra um poema de Luiz.

Seguem as imagens...

Acervo particular de Ivanildo Oliveira e Jackson Junior, digitalizado por Jackson Junior em junho de 2020

Acervo particular de Ivanildo Oliveira e Jackson Junior, digitalizado por Jackson Junior em junho de 2020

Acervo particular de Ivanildo Oliveira e Jackson Junior, digitalizado por Jackson Junior em junho de 2020

Acervo particular de Ivanildo Oliveira e Jackson Junior, digitalizado por Jackson Junior em junho de 2020

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