quarta-feira, 10 de junho de 2020

Boletim Informativo do GATHO nº 1, outubro de 1980


Há 40 anos, em Olinda, surgia o GATHO. O Grupo de Atuação Homossexual. Um grupo iniciado por quatro homens homossexuais (naquela época não se usava muito a palavra GAY).

Aqui, o primeiro Boletim Informativo, publicado em outubro de 1980, cuja capa é uma montagem com as manchetes e títulos de matérias jornalísticas com a chamada : O GATHO deu o que falar e que, na página 2, sob o título A Gente explicamos quem éramos e porque o grupo foi criado.

Ainda na página 2 na coluna Acontece, trata da reunião preparatória para o II EBHO (II Encontro Brasileiro de Homossexuais Organizados. Essa reunião aconteceria nos dias 6 e 7 de dezembro de 1980, no Rio de Janeiro e cada Grupo tinha o direito de mandar 2 delegados. Não me lembro quais os delegados que enviamos.

Na página 3, iniciamos um debate sobre O Michê, que era como se chamava o que hoje se chama de Garoto de Programa. Esse "Debate" do Informativo convidava para uma discussão maior nas reuniões do GATHO, que aconteciam aos sábados, às 20 horas, em Olinda, no Centro Luiz Freire, na Rua 27 de Janeiro.

Na página 4, os Objetivos do GATHO, em que são listados 6 objetivos e nossa disposição de "lutar por uma sociedade mais justa, sem repressão, discriminação ou exploração de qualquer tipo[...]"

Vale salientar que Olinda naquele ano fervia. Havia bares alternativos como o Ecológico, na Praça da Preguiça (Praça da Abolição), a Feirinha, o Atlântico (Maconhão) e o Bar do Ninho (esses três nas proximidades do Fortim do Queijo), onde se reunia a rapaziada tanto Hetero quanto Homossexual. Era a época do "lavou, tá novo" e do "dar o cu é um ato político". E se fumava, se bebia muita cachaça, cerveja, cuba-libre, batida e se transava muito, sem medo de ser feliz.

Também rolavam umas festinhas bem liberais, em casas de pessoas que habitavam o Sítio Histórico de Olinda.

Por esses dias, estarei postando os outros boletins. E também outros textos sobre Olinda em 1980 e sobre a nossa luta.

Fazendo isso para preservar a nossa Memória Histórica. Uma vez que não foi fácil chegar ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, nem à criminalização da LGBTfobia. Teve muita luta, muitas mortes tanto por doença (AIDS) e por violência.


Acervo particular de Ivanildo Oliveira e Jackson Junior, digitalizado por Jackson Junior em junho de 2020


Acervo particular de Ivanildo Oliveira e Jackson Junior, digitalizado por Jackson Junior em junho de 2020


Acervo particular de Ivanildo Oliveira e Jackson Junior, digitalizado por Jackson Junior em junho de 2020


Acervo particular de Ivanildo Oliveira e Jackson Junior, digitalizado por Jackson Junior em junho de 2020

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